“É cada vez maior o número de empresas europeias que promovem estratégias de responsabilidade social como reacção a diversas pressões de natureza social, ambiental e económica. Pretendem, assim, dar um sinal às diversas partes interessadas com as quais interagem: trabalhadores, accionistas, consumidores, poderes políticos e ONG. Ao procederem desta forma, as empresas estão a investir no seu futuro e esperam que este compromisso voluntário contribua para o aumento da sua rentabilidade.” (Livro Verde, pag.3)
De acordo com Duane Windsor, autor de Corporate Social Responsibility: Three Key Approaches, a RSE é qualquer conceito que diz respeito à forma como os gestores devem lidar com políticas públicas e questões sociais, dentro ou fora dele.
“Primeiramente, a responsabilidade social poderá vir a ser um instrumento para aprofundar as políticas comunitárias. Em segundo lugar, a proliferação de diferentes instrumentos de RSE (normas de gestão, sistemas de rotulagem e certificação, notificação, etc) difíceis de comparar é fonte de confusão para empresas, consumidores, investidores, outros agentes interessados e publico em geral, o que, por seu turno, poderá gerar distorções no mercado. Por conseguinte, há espaço para uma acção comunitária que facilite a convergência dos instrumentos utilizados, à luz da necessidade de garantir o bom funcionamento do mercado interno e a manutenção de uma envolvente equitativa.” (Comunicação da Comissão, pág. 8/9)
Subhabrata Banerjee, autor de Corporate Social Responsibility: The Good, The Bad, and The Ugly, acredita que é necessária a criação de uma carta universal obrigatória para as empresas ao invés de códigos de conduta voluntários. Ele defende que uma empresa nunca pode fazer o papel dos governos (contribuir para o bem-estar social), simplesmente porque a sua função básica resulta de necessidades económicas. Assim sendo, as tentativas de transformar a RSE em capital social nunca irão resultar, a menos que se levem a cabo reestruturações significativas na política económica e se repense o papel da empresa na sociedade.
“A necessidade de acção dos poderes públicos resulta ainda de uma gestão inadequada aos níveis global e nacional. (…) A Comissão sublinhou o facto de a globalização poder vir a produzir efeitos negativos caso não seja controlada.” (Comunicação da Comissão, pág. 8)
Para Robert Reich, autor de Supercapitalism: The Transformation of Business, Democracy, and Everyday Life, é necessário abandonar a defesa da RSE para voltar a incentivar a participação civil e o diálogo público. A RSE tornou-se uma ferramenta para manipular as expectativas e crenças dos cidadãos. Moses Pava, autor de Why Corporations Should Not Abandon Social Responsibility, também concorda que algumas empresas tentam enganar os investidores com o uso incorrecto da RSE. No entanto, defende que a RSE é um veículo para promover a transparência, integridade, melhoria da comunicação, responsabilidade perante terceiros, intercâmbio de conhecimentos e desenvolvimento consciente.
Com a RSE, as empresas conseguem construir emprego de longo prazo e ganhar a confiança dos consumidores e cidadãos, a base para o desenvolvimento sustentável do negócio.
Para o governo é importante saber os mecanismos potenciais e os limites da responsabilidade social para que possam criar as políticas mais eficientes possíveis para o desenvolvimento sustentável. Já para as organizações da sociedade civil, é importante saber se os impactos da RSE são maiores ou menores, e como eles os poderão influenciar.
Para o governo é importante saber os mecanismos potenciais e os limites da responsabilidade social para que possam criar as políticas mais eficientes possíveis para o desenvolvimento sustentável. Já para as organizações da sociedade civil, é importante saber se os impactos da RSE são maiores ou menores, e como eles os poderão influenciar.
São vários os factores que motivam esta evolução para a responsabilidade social pelas empresas entre os quais as novas preocupações e expectativas dos cidadãos, consumidores, autoridades públicas e investidores e a preocupação crescente face aos danos provocados no meio ambiente pelas actividades económicas.
Ao promover a RSE, a Comissão Europeia cria condições favoráveis para o desenvolvimento, comportamento empresarial responsável e criação de emprego duradouro de médio e longo prazo.
Para assegurar a conformidade das políticas da UE, a comissão está interessada em criar um grupo de interserviços em matéria de RSE, tendo como objectivo trocar informações e assegurar a coerência entre acções da comissão nesse domínio e promover mais intensamente a integração de princípios de responsabilidade social nas políticas comunitárias.
Em conclusão, a RSE requer uma interligação entre os stackeholders internos e externos para permitir às empresas prevenir riscos e retirar vantagens das expectativas da sociedade que estão em constante mudanças.
Cindy Dias
Filipa Lelé
Maie Peetri
Sem comentários:
Enviar um comentário